quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A EFICIÊNCIA DISFARÇADA

Você já ouvi falar sobre eficiência e rendimento de sistemas ? já entendeu que todo sistema tem um rendimento e pode ser medido e comparado em uma linha de tempo ? Lembra de sua infância, quando corria pela praça sem fim, cercada por prédios gigantes e árvores sem fim, e quando retorna, descobre uma praça de alguns metros pequenas árvores e cores foscas ? - Isso se deve ao nosso tamanho e percepção do ambiente, na linha de tempo. Que também pode ser medido. Então, vamos nos aventurar por nossas percepções ambientais e entender melhor o que é Eficiência Disfarçada.

Você comprou um carro, e resolveu colocar GNV. Então, na primeira semana fica muito feliz com o resultado, e pensa sobre a eficiência da tecnologia envolvida. E agora transformou-se em “ambientalista provisório”, pois o GNV polui menos – Um cidadão Ecologicamente Correto, emitindo menos CO2. Então, resolve estudar um pouco mais, e resolve acessar o site da ANP (http://www.anp.gov.br/gas/legis_gas.asp). E faz grandes descobertas com tantas resoluções. Mas, num belo dia, resolve lavar o carro num posto GNV, e gastar lá 500 litros de água, para lavar apenas um carro. E enquanto lava, encontra um som de um grande motor em funcionamento, escondido dos olhares curiosos. E aproveita a falta de assunto, e pergunta: Que som é esse ? – O frentista responde sem muita surpresa que é um compressor. Compressor de quê ? – Do Gás, é claro; - Que Gás ? – Então, recebe a breve explicação: O gás chega apenas com 5 bar, e vai sofrer compressão para que chegue até 220 bar. Nessa compressão entram impurezas e é adicionado mais nitrogênio. Então, aquele CO2 que você economizou, o compressor libera junto do óxido do nitrogênio. Além do ruído, trepidação, etc. Então, parecia um bom negócio. Mas, com o valor reduzido, que tal andar bem mais ? – Com o uso freqüente do carro, utilizamos mais pneu, óleos e graxas, pó resultante das pastilhas de freio, lâmpadas, plásticos que quebram, velas, fios, tintas, mais emissão de CO2, quando comparado a menos uso do combustível original, problemas de trânsito, menor qualidade de vida, e muito mais. E como se chama isso ? - Eficiência Disfarçada. Parece uma vantagem, mas, faz parte de um ciclo que a cada dia inventa novos sistemas ineficientes, justamente por nosso desconhecimento ou falta de percepção.

Mas, a Eficiência Disfarçada não está apenas nos equipamentos. Também está nas pessoas. Com o tempo percebemos menos os fenômenos que nos cercam. E passamos a não definir e diferenciar fontes de luzes, som, e aromas. Isso acaba por alterando nosso comportamento, e começamos aceitar novos modelos de alimentos, equipamentos sonoros, etc. O problema está em que ao não perceber isso, impomos aos que convivem conosco padrões acima dos suportados. É muito comum chegar em casas que possuem aparelhos de TV altos e lâmpadas que iluminam além do necessário. Isso também ocorre em ambientes de trabalho e equipamentos públicos.

Então, como recuperar nossas percepções ? – Existem vários caminhos. Porém, o mais simples e de melhor resultado é a Interpretação Ambiental. Procure conhecer alguém que trabalhe com Interpretação Ambiental e vá um dia redescobrir a natureza. Quando voltar, observe que seu ambiente não está dimensionado corretamente. Existem coisas que não são necessárias; outras necessárias que você não tem. Então, passe a notar que outras pessoas convivem no mesmo ambiente, e precisam de equilíbrio para melhorar a qualidade de vida.

Depois, passe a observar que muitas coisas podem ser mais eficientes. Que não é preciso determinados recipientes para alimentos que compramos, com muitas cores e materiais que não são biodegradáveis. E que ao sair de casa, podemos levar um biscoito em um recipiente nosso, e não em plásticos, que deixaremos na rua, ou destino. Tudo muda quando pensamos na Eficiência aliada à Interpretação Ambiental.

(por Neemias Cruz da Silva – março/2009 – 7-100)

Um comentário:

  1. Bem, depois do golpe do pro-álcool, nunca mais acreditei em nenhum programa do governo em nenhum sentido dessa natureza, mesmo porque, o compulsório cobrado na época e que deveria ser devolvido posteriormente, diga-se de passagem, para tanto, deveria ser apresentado a nota fiscal. E eu pergunto, quantos de nós conseguimos guardar tantos papeizinhos?? além disso, não me lembro de que isso tenha sido avisa. Logo, quem não tinha nota fiscal na época da devolução, NÃO RECEBEU, CLARO... portanto, por mais vantajosa que pareça a proposta, sempre estou com um pé atrás, mesmo porque o desempenho do veículo a álcool é menor e o preço está praticamente equiparado ao da gasolina, logo, se levarmos em consideração questões como desempenho, manutenção, custo, etc..etc...é melhor deixar como está pra ver como fica... do governo, infelizmente, não se pode esperar nada que seja realmente positivo para a população. Se a safra de cana está em alta o produto é exportado e o álcool sobe no mercado interno. Se a safra cai, o álcool sobr no mercado interno..então não temos para onde fugir. desse modo nos nos resta gritar MARANATA!!!!

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