quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Ineficiência das Redes Virtuais de Relacionamento Social

Esses dias eu resolvi me aventurar em mais uma grande “Navegação ao Fim do Universo”. Como ? - Simples ! Trocando a junta do cabeçote do motor do meu carro, eu mesmo. Então, fui na autorizada, comprei a juntas, e em frente sempre. Muito animado, sem saber que o fim do universo era bem mais perto que eu pensava. Problemas à parte, resolvi colocar no meu FaceBook uma mensagem: “Vendo meu Facebook. Motivo: ajudar na compra das peças para manutenção do motor do meu carro”. E a mensagem ficou lá por semanas. E sabe o que aconteceu ? De repente passei a não receber mais comentários. E no final, sabe por quanto vendi meu Facebook ? Adivinha... pensa um pouco mais... por nada. Pois é exatamente isso que valia. Nada ! Mas, isso me foi por demais complicado para entender. Como uma empresa estava avaliada em 50 bilhões de dólares, e eu, uma das conexões da rede, não tinha nenhum valor ?

Então, olhando mais de perto, pude entender que a rede não é orientada às unidades de conexão. Elas são orientadas para Nós principais que são anunciantes. Contudo, as unidades da rede não possuem nenhum valor agregado. Mesmo sendo impossível uma rede existir sem as unidades de conexão. É claro que outros aspectos estão funcionando, como por exemplo a circulação de informação e a formação de laços de solidariedade entre as conexões. Mas, isso não é suficiente, pois é justamente essa relação entre os serviços, produtos e insumos que estão em crise. Os produtos e serviços, nesse modelo, apenas se relacionam com a matéria prima. Para essa estrutura, os insumos nunca acabarão e apenas a matéria prima possui valor considerado. Sutilmente, essas redes estão “deseducando” as relações com os recursos, e tirando valor dos pontos que sustentam a rede. Isso é muito ruim em curto prazo. Pois está parecendo normal eu comprar madeira sintética, pensando que isso é ecológico. Mas, o descarte dessa madeira acaba criando um problema bem maior. Isso não está sendo pensado, pois, estamos vivendo uma fase da humanidade que as pessoas só ouvem o que querem. Não aceitam informações que pareçam negativas. Isso acaba gerando um outro fenômeno: nas redes, as pessoas consomem o que todos consomem. Ninguém pode ousar questionar o que a maioria aceita. Isso é na verdade um problema numa estrutura de rede. Pois, as redes devem operar de modo “full duplex” (informações que vão e voltam ao mesmo tempo). Justamente elas evoluíram para isso. Então, finalmente, os sujeitos envolvidos pensam que dominam a informação, mas, de fato, nem são os sujeitos da redes, e finalmente agem seguindo a determinação de um padrão superior, que contraria novamente todo o conceito sobre rede com estruturas baseadas em nuvem de informação.

Assim, melhor repensar outras relações e participar de novas redes. Rever nosso papel nas conexões sociais. E tentar ter consciência que as redes existem para nos servir, e não para agregarmos valores a ela. Pensar como insumos da estrutura.

Por Neemias Cruz da Silva