segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Crise Ambiental nas Instituições Religiosas

Quem freqüenta uma instituição religiosa já observou que o conteúdo ambiental lentamente aparece nos eventos externos, principalmente patrocinados pelos jovens. Geralmente são eventos ligados a linha socioambiental da Educação Ambiental e são em quase totalidade do tipo comportamental. Atuam em seu bioma, e agem em educação coletiva.

Isso tudo parece bem elaborado, e que estamos no caminho certo, pois, agem localmente e pensam globalmente. Então, fazem campanha para economizar luz, água e gás, limpeza urbana, etc. Contudo, existem conceitos que deveriam ser observados. Note o conceito de Educação Ambiental, definidos por lei: “Lei Nº 9.795, de 27 de abril 1999 - Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”

Quando viajamos de Metrô-RJ, notamos a limpeza, e tudo muito bem conservado. Mas, quando fazemos a transferência para o trem, nota-se logo a diferença. Mas, se olharmos melhor uma grande parte dos passageiros que saem dos trens, entram no metrô, e imagine só: Mudam da água para o vinho. Passam a ter consciência do ambiente. E esse é o grande problema causado pelas ações comportamentais ativistas. As pessoas passam a ter consciência apenas de suas ações. Não há envolvimento coletivo. Não há construção de valores sociais. Então, mesmo agindo localmente, as pessoas atuam, sem saber que podem trabalhar a causa do problema e não na conseqüência.

Então, vamos lá, captar recursos e investir em treinamento ambiental e na melhora da qualidade de vida da coletividade. – Engano seu !

Existe uma Política Nacional de Educação Ambiental, que envolve órgãos como SISNAMA, CONAMA, CNEA, IBAMA e SNUC, que atuam diretamente na questão ambiental. E olha só o que diz o CNEA –Cadastro Nacional das Entidades Ambientalistas (RESOLUÇÃO Nº 292, DE 21 DE MARÇO DE 2002): “Não são passíveis de cadastramento como entidades ambientalistas, ainda que se dediquem de qualquer forma às causas ambientais: IV - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;”.

As instituições Religiosas se separaram tanto das questões ambientais e qualidade de vida, que agora não participam mais do processo de busca de um mundo ecológico. O Poder Público entendeu a incapacidade dessas Instituições em gerir projetos e atuar de forma significativa, onde se elas quiserem, precisaram captar seus próprios recursos.

Isso significa que algo não está bem nas políticas ambientais das Instituições Religiosas. Por que essas Instituições não estão emitindo parecer sobre essas resoluções e por que não estão participando da captação de recursos do poder público ? Elas não deveriam estar mobilizadas ? Não estão se comunicando ? Não se fazem representar ?

Mas, se olharmos com uma lupa bem simples veremos que as Instituições “queimam seus recursos, e emitem toneladas de CO2”, em projetos que depõem contra a própria instituição. Apóiam campanhas de aborto, distribuição de preservativos, questões sobre sexualidade, e muito mais. Perderam totalmente o foco. E para piorar, fazem um discurso citando ícones da sociedade, envolvidos em campanhas sobre bebidas e drogas, e tranqüilamente, lêem a Bíblia como isso fosse muito normal. Os ícones não são coloquiais, como muitos pensam. São frutos do marketing, e não devem ser vistos como parâmetros pelas Instituições Religiosas, nem tão pouco serem citados, em pleno discurso religioso. Eles trabalham para o capital e o consumo desenfreado.

Será que as instituições religiosas precisam ser novamente sacudidas e se reunirem nos túmulos, perseguidas pelo Império ? O que fizemos com a Liberdade Religiosa ?

(por Neemias Cruz da Silva – março-2009 6-100)

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