segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A Eutanásia do Socialismo
(As Invasões Bárbaras)

Em uma linguagem muito sutil, o filme demonstra e comprova a eficiência e a praticidade do capitalismo, comparando-o com o Socialismo utópico, perdido no tempo. E se pode existe algo pior que uma estrutura socialista sindicalizada, esse algo é um Hospital, estatizado, e sindicalizado.



O Filme começa mostrando um Hospital decadente, e ao mesmo tempo um bem-sucedido  operador do mercado financeiro que trabalha em operações de Swap.  No Brasil, essas operações são comuns entre grandes empresas de varejo, tais como Ponto Frio e Casas Bahia, etc.  Enquanto o Filho demostra vigor e muita vida, o Pai nem ao menos tem direito a uma ultra-sonografia.  Ativista Socialista, que defendeu a estatização da saúde, agora se vê dependente totalmente de uma estrutura falida. Aos poucos os personagens vão se juntando ao elenco principal e a trama vai sendo montada.

Entretanto, na verdade, cada personagem é um personagem histórico ou social:  A Freira, junta com o padre das obras de arte em exposição, representa a Igreja falida; o Filho é o Capitalismo, em novo tipo de família por conveniência, sem amor; o Pai é Socialismo; o casal gay é a nova sociedade, que já nasceu sustentada pelo paternalismo político;  a filha drogada é uma geração perdida, na busca de uma verdade inexistente; a filha distante é a estrutura familiar desestabilizada, etc, cada personagem representa um segmento humano.  Todos, entretanto, assistem pacificamente a morte do Socialismo, que aconteceria de forma natural, porém é antecipada pelo poder corruptor do capitalismo.

Ao mesmo tempo em que o filme mostra a eficiência do capital capitalista em se obter resultados rápidos e práticos, exibe as conquistas tecnológicas da comunicação.  A filha distante está em direção a Ilha de Pascoa, no oceano pacífico, Chile.  Transmite imagens via satélite através de uma câmera de vídeo, com excelente imagens, para um LapTop, com o Filho, no hospital e mas tarde em uma casa de campo.  Entretanto, a tecnologia de navegação falha e o barco bate em um ice-berg.  Também falham os computadores do hospital que vive trocando as informações dos pacientes, que armazenavam os sintomas dos mesmos, porém trocava os nomes.

O Filho capitalista estava totalmente dependente das informações, apenas tem uma de preocupação quando perde seu LapTop,  cheio de e-mails importantes.  Seu celular também não falha, e é sempre eficiente.  A tecnologia também está presente na Delegacia, porém não impede que drogas sejam vendidas em um endereço fixo.

De forma muito sutil o filme apresenta um estrutura social altamente complexa.  Um casal gay bem sucedido, um mulher que vive com amantes mais novos e outra que a muito tempo não conhece alguém, além de uma família que exibe felicidade, mas está totalmente desequilibrada, e que se desfaz pelo simples fato do marido emprestar a casa de campo para um grande amigo.  Todos estão felizes, inclusive o Pai, que comete eutanásia.  A drogada é a que faz todo serviço “sujo”, apoiada pelo capitalismo.  Na verdade, o filme mostra a morte dos ideais dos “ismos” amplificados no pós-guerra.  Esses “ismos” foram ultrapassados pelo capitalismo, e não aguentaram competir com as tecnologias de informação e comunicação.  Contudo, o capitalismo também é um “ismo” e também está com os dias contados.

Querendo ou não, nos tornamos altamente dependentes das tecnologias. Pagamos mais do que o justo por elas, e mesmo assim, nada podem fazer quando o problema é interno.  O Câncer é uma amostra de que se internamente o problema acontecer, tudo que for feito para maquiar, será perdido, e o fim será eminente.

De forma mais sutil ainda a avançada sociedade Canadence/Parisience, continua a vender seus ideais.  Sempre de forma superior, prega para o mundo todo que suas conclusões são acertadas.  Eles se esquecem que dizimaram a Europa em nome da sociedade civilizada.  Acabaram com tribos inteiras pelo mundo todo.  Resolveu muitos problemas, porém a maior verdade de todas, não consegui resolver:  “A morte é certa”.  Não só a morte física, mas também a morte dos ideais.  Então, para mostrar sua vanguarda nas idéias, apresenta a eutanásia como uma solução para a “boa morte”. Do mesmo jeito que mostrou o aborto para um filho não desejado, a pena de morte para uma sociedade que cada vez fica mais violente, etc.  Em um primeiro momento, na revolução social, a solução para os problemas sociais eram simples:  “Quem não se enquadrar, coloca em um barco e manda para a América”.  Entretanto, a tecnologia da informação não permite mais isso. Tudo o que é feito, em tempo real é mostrado para todo o mundo.  E através de mecanismo eletrônicos, ao mesmo tempo essas idéias são contestadas, e há então, uma preocupação pelas reações que podem ser desastrosas.

Capitalismo e Socialismo, Tradição e Comunicação. Esse é o tempo em que vivemos.  A era das dicotomias, dos dualismos, a era da contradição.  A tecnologia de informação está provando que as coisas podem ser mudadas, mas, quem garante em que um determinado momento ela não se rebelará, e então teremos uma nova televisão que apenas tem um “olho”, que apenas mostra a visão que ser quer ?

Enquanto isso, as famílias se dividem e não existem mais fórmulas para a felicidade.  Cada um pode ser individual e viver fora do grupo social, como quiser, sem parâmetros.  A sociedade tecnológica está começando e em breve veremos os frutos dessa geração individual.

Enquanto isso, como diz o filme, nada como uma Trufa.  Mas, a frase mais importante do filme é o título de um livro da biblioteca do Pai:  “História e Utopia”.


                                                                                  Neemias Cruz da Silva