terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

UM VENTO DA CHINA


Pensando no uso sustentável da energia elétrica em minha casa, resolvi começar com um produto que fica praticamente ligado o dia inteiro: o ventilado. Eu já tinha um ventilador de teto. Mas, o que poucos sabem é que um ventilado de teto consome no mínimo 200W. Então, minha opção foi por um ventilador de mesa, desses de 40 cm, muito comum. Existiam uns mais baratos, mas, resolvi por outro, um pouco mais caro, e que tivesse o selo do Imetro. Mas, o interessante era que o selo era para o tipo de tomado; não era o ventilador que era certificado pelo órgão.

Ele não durou nem 3 semanas, ligando apenas na parte da noite. Logo na primeira semana, só ligava se rodasse a hélice com a mão. Depois passou a parar sozinho. Então, como bom técnico brasileiro, resolvi lubrificar o ventilador. Coloquei uns pingos de óleo nos eixos. Então, voltou a funcionar que era uma beleza.

Depois, voltou a parar. Então resolvi abrir para saber o que estava acontecendo, pois já sabia que pela marca, não conseguiria trocar, mesmo porque foi comprado numa loja que já tem fama de não vender coisas de boa qualidade, na Penha, RJ.

Abri e percebi que os eixos estavam corroídos, na parte que tocava no embuxamento. Limpei com WD40, remontei tudo e voltou a funcionar bem. Depois parou de vez e não ligava mais. Então, fui seguindo o circuito para saber onde foi afalha. E a falha estava no interruptor térmico de 138 graus. É claro que o interruptor não chegou a 138 graus centígrados, pois se fosse assim derreteria tudo. Realmente o produto apresenta defeito.

Eu medi a bobina com um homímetro e estava tudo aceitável. Apenas o interruptor térmico estava aberto, impedindo a passagem da corrente. Como perdi a confiança nesse produto, nem me dei ao trabalho de trocar o interruptor térmico, pois não posso colocar em risco a minha família, já que não posso me arriscar a acordar em meio a um incêndio no meio da madrugada.

Resolvi pesquisar na web e existem várias reclamações do mesmo equipamento, inclusive com relato de incêndio. Mas, como desmontei o ventilador, não irei remontar e tentar trocar, pois isso quebrou a garantia, ao meu ver. Entretanto, fica a pergunta: Como numa cidade do Rio de Janeiro, com tanto calor, colocaram um produto tão ruim no mercado, podendo causar um desastre ? É lamentável essa conduta dos importadores.

O Produto custou R$129,00 em 2010, e eu deixei de comprar um ventilador de teto, pois esse consumia apenas 70w.

Entrei em contato com a Empresa importadora. Ela me respondeu dias depois, por e-mail, pedindo para eu entrar em contato com uma assistência técnica. Um “atendimento da China”. O Ventilador, como são praticamente todo os ventiladores de marcas não conhecidas, foi fabricado na China. A China parece não estar querendo manter suas exportações. Eles não percebem que dificilmente irão perder a fama de má qualidade, que poderá afetar em larga escala seu mercado.

É certo que o “bom, bonito e barato”, tão procurado por nós, não existe. Querer desenvolver um projeto sustentável confiante na tecnologia Chinesa parece não dar certo. Pelo menos para mim. Esse relato é a prova que um produto ruim pode colocar em risco toda uma relação de comércio, pois, para mim, Vento da China, nunca mais.

Neemias Cruz