A Eutanásia do Socialismo
(As Invasões Bárbaras)
Em uma linguagem muito
sutil, o filme demonstra e comprova a eficiência e a praticidade do capitalismo,
comparando-o com o Socialismo utópico, perdido no tempo. E se pode existe algo
pior que uma estrutura socialista sindicalizada, esse algo é um Hospital,
estatizado, e sindicalizado.
O Filme começa mostrando um
Hospital decadente, e ao mesmo tempo um bem-sucedido operador do mercado financeiro que trabalha
em operações de Swap. No Brasil, essas
operações são comuns entre grandes empresas de varejo, tais como Ponto Frio e
Casas Bahia, etc. Enquanto o Filho
demostra vigor e muita vida, o Pai nem ao menos tem direito a uma
ultra-sonografia. Ativista Socialista,
que defendeu a estatização da saúde, agora se vê dependente totalmente de uma
estrutura falida. Aos poucos os personagens vão se juntando ao elenco principal
e a trama vai sendo montada.
Entretanto, na verdade, cada
personagem é um personagem histórico ou social:
A Freira, junta com o padre das obras de arte em exposição, representa a
Igreja falida; o Filho é o Capitalismo, em novo tipo de família por
conveniência, sem amor; o Pai é Socialismo; o casal gay é a nova sociedade, que
já nasceu sustentada pelo paternalismo político; a filha drogada é uma geração perdida, na
busca de uma verdade inexistente; a filha distante é a estrutura familiar
desestabilizada, etc, cada personagem representa um segmento humano. Todos, entretanto, assistem pacificamente a
morte do Socialismo, que aconteceria de forma natural, porém é antecipada pelo
poder corruptor do capitalismo.
Ao mesmo tempo em que o
filme mostra a eficiência do capital capitalista em se obter resultados rápidos
e práticos, exibe as conquistas tecnológicas da comunicação. A filha distante está em direção a Ilha de
Pascoa, no oceano pacífico, Chile.
Transmite imagens via satélite através de uma câmera de vídeo, com
excelente imagens, para um LapTop, com o Filho, no hospital e mas tarde em uma
casa de campo. Entretanto, a tecnologia
de navegação falha e o barco bate em um ice-berg. Também falham os computadores do hospital que
vive trocando as informações dos pacientes, que armazenavam os sintomas dos
mesmos, porém trocava os nomes.
O Filho capitalista estava
totalmente dependente das informações, apenas tem uma de preocupação quando
perde seu LapTop, cheio de e-mails
importantes. Seu celular também não
falha, e é sempre eficiente. A
tecnologia também está presente na Delegacia, porém não impede que drogas sejam
vendidas em um endereço fixo.
De forma muito sutil o filme
apresenta um estrutura social altamente complexa. Um casal gay bem sucedido, um mulher que vive
com amantes mais novos e outra que a muito tempo não conhece alguém, além de uma
família que exibe felicidade, mas está totalmente desequilibrada, e que se
desfaz pelo simples fato do marido emprestar a casa de campo para um grande
amigo. Todos estão felizes, inclusive o
Pai, que comete eutanásia. A drogada é a
que faz todo serviço “sujo”, apoiada pelo capitalismo. Na verdade, o filme mostra a morte dos ideais
dos “ismos” amplificados no pós-guerra.
Esses “ismos” foram ultrapassados pelo capitalismo, e não aguentaram
competir com as tecnologias de informação e comunicação. Contudo, o capitalismo também é um “ismo” e
também está com os dias contados.
Querendo ou não, nos
tornamos altamente dependentes das tecnologias. Pagamos mais do que o justo por
elas, e mesmo assim, nada podem fazer quando o problema é interno. O Câncer é uma amostra de que se internamente
o problema acontecer, tudo que for feito para maquiar, será perdido, e o fim
será eminente.
De forma mais sutil ainda a
avançada sociedade Canadence/Parisience, continua a vender seus ideais. Sempre de forma superior, prega para o mundo
todo que suas conclusões são acertadas.
Eles se esquecem que dizimaram a Europa em nome da sociedade
civilizada. Acabaram com tribos inteiras
pelo mundo todo. Resolveu muitos
problemas, porém a maior verdade de todas, não consegui resolver: “A morte é certa”. Não só a morte física, mas também a morte dos
ideais. Então, para mostrar sua
vanguarda nas idéias, apresenta a eutanásia como uma solução para a “boa
morte”. Do mesmo jeito que mostrou o aborto para um filho não desejado, a pena
de morte para uma sociedade que cada vez fica mais violente, etc. Em um primeiro momento, na revolução social,
a solução para os problemas sociais eram simples: “Quem não se enquadrar, coloca em um barco e
manda para a América”. Entretanto, a
tecnologia da informação não permite mais isso. Tudo o que é feito, em tempo
real é mostrado para todo o mundo. E
através de mecanismo eletrônicos, ao mesmo tempo essas idéias são contestadas,
e há então, uma preocupação pelas reações que podem ser desastrosas.
Capitalismo e Socialismo,
Tradição e Comunicação. Esse é o tempo em que vivemos. A era das dicotomias, dos dualismos, a era da
contradição. A tecnologia de informação
está provando que as coisas podem ser mudadas, mas, quem garante em que um
determinado momento ela não se rebelará, e então teremos uma nova televisão que
apenas tem um “olho”, que apenas mostra a visão que ser quer ?
Enquanto isso, as famílias
se dividem e não existem mais fórmulas para a felicidade. Cada um pode ser individual e viver fora do
grupo social, como quiser, sem parâmetros.
A sociedade tecnológica está começando e em breve veremos os frutos
dessa geração individual.
Enquanto isso, como diz o
filme, nada como uma Trufa. Mas, a frase
mais importante do filme é o título de um livro da biblioteca do Pai: “História e Utopia”.
Neemias
Cruz da Silva